Hoje, as escolas se preocupam muito além de apenas realizar um processo de aprendizagem que se limita aos aspectos cognitivos. Dessa forma, a educação socioemocional se destaca, uma vez que se refere a um processo de desenvolvimento de habilidades e competências que contribuem para que as crianças possam construir relacionamentos saudáveis, saberem lidar com seus comportamentos e identificarem pontos de melhoria em diferentes aspectos, o que impacta em seu autoconhecimento.
Neste material, desenvolvido a partir da entrevista com a pedagoga Karine Souza, você entenderá mais detalhes a respeito da educação socioemocional, o que é, seus pilares, e como pais e escolas podem ajudar nesse processo. Confira!
O que é educação socioemocional e qual a sua importância?
A educação socioemocional é um processo de aprendizagem que contribui para que as crianças possam aperfeiçoar aspectos relacionados aos seus comportamentos, seu espaço na sociedade, bem como desenvolvam maior autonomia perante diferentes situações da vida.
Os impactos mais perceptíveis estão relacionados à promoção de relações saudáveis e ao fortalecimento de atitudes comportamentais positivas. De acordo com Karine Souza, esse é um aspecto fundamental para a nossa época, pois contribui para que crianças e jovens possam se conhecer melhor, de modo que entendam e aceitem seus sentimentos, percebendo o outro de maneira mais efetiva, além de reconhecerem seus limites e dificuldades.
Outro aspecto positivo da educação socioemocional, de acordo com a pedagoga, é em relação ao desenvolvimento cognitivo, uma vez que promove a autonomia intelectual e permite que o indivíduo crie caminhos próprios de pensamento. O resultado imediato de tudo isso é uma formação mais consistente e que prepare as crianças e jovens para os desafios que a vida lhes impuser.
Quais os pilares da educação socioemocional?
Aprender a conhecer
Como o próprio nome já sugere, o enfoque do aprender a conhecer está voltado para o desenvolvimento da curiosidade da criança ou do adolescente. Dessa forma, ela(e) tem a possibilidade de desenvolver o seu senso crítico e tem vontade de explorar o mundo à sua volta, o que contribui para sua autonomia intelectual.
Aprender a fazer
É importante aprender a conhecer, mas também aplicar na prática o que é assimilado. Aí entra em jogo o aprender a fazer. As crianças e adolescentes são desenvolvidos para identificarem problemas e solucioná-los de forma mais criativa, sem estarem fixos apenas em modelos que já utilizaram em algum momento.
Aprender a conviver
É importante que eles aprendam as habilidades e competências cognitivas, mas que saibam conviver em sociedade. Hoje, muito se fala em empatia, mas é preciso trazer insumos para que as pessoas saibam como desenvolvê-la, além de saberem como se comunicar e como contar com um espírito mais colaborativo com colegas, professores e demais familiares.
Aprender a ser
O autoconhecimento é muito importante para que crianças e jovens desenvolvam diferentes tipos de habilidades. Nesse caso, a criança (o jovem) é incentivada(o) a ter mais responsabilidade sobre suas ações, ter mais controle sobre o que é feito, além de a escola ter a oportunidade de incentivar sua autonomia e individualidade, além do respeito à diversidade.
Como a educação socioemocional é adotada nas escolas?
A seguir, explicamos alguns detalhes sobre como a educação socioemocional é adotada nas escolas. Confira!
Atividades culturais
Karine aborda que atividades culturais são algumas das muitas formas que as escolas podem adotar para implementar a educação socioemocional, entre elas, o estímulo à arte, uma vez que contribui diretamente para a expressão individual dos estudantes, com práticas musicais, de teatro ou de pintura, uma vez que despertam o aluno para o autoconhecimento.
Dinâmicas
Por meio de dinâmicas pensadas especialmente para esse desenvolvimento, as escolas têm a oportunidade de promover ambientes seguros, com relações saudáveis e transparentes. Com isso, há redução de práticas que impactam negativamente o aprendizado e a sociabilidade dos estudantes, como o bullying.
Dinâmicas que envolvam familiares também são recomendadas, seja em mutirões ou mesmo em pequenos grupos de pais, pois possibilita que eles tenham conhecimento sobre o desenvolvimento de seus filhos e contribuam, assim, para que o processo continue fora do ambiente escolar.
Como os pais podem auxiliar?
Por falar em participação da família nesse processo, é importante entendermos quais são as práticas que podem ser adotadas pelos familiares dos estudantes para que eles participem de forma eficaz, auxiliando no desenvolvimento das competências socioemocionais em seus filhos. Segundo a pedagoga, existem muitos pontos em que as famílias podem auxiliar de forma direta.
O primeiro seria o adulto fazer um caminho interno: “assim como ensinamos matemática para nossos filhos quando entendemos a matéria, é preciso entender o que são as emoções e os sentimentos e como eles agem dentro de nós”, destaca. Ou seja, para que pais consigam auxiliar as crianças a se conhecerem e a desenvolverem comportamentos positivos em sociedade, eles precisam previamente fazer esse mesmo exercício do ponto de vista interno.
Além disso, um ambiente seguro e saudável é outro ponto fundamental para o desenvolvimento socioemocional das crianças e dos jovens, e cabe aos adultos assegurarem tal ambiente.
Também é possível adotar algumas estratégias e práticas diretamente com as crianças. O ideal é que tenham conversas mais diretas para abordar sobre sentimentos, além de treinar a aceitação de erros e a redução da culpabilização. No entanto, é preciso ter atenção para que esses pontos não retirem as consequências para as atitudes que eles têm, caso sejam negativas.
Karine ainda completa: “um fator muito importante no desenvolvimento socioemocional é o estabelecimento de limites, o que gera segurança e coerência para os filhos”.
E então? O que achou de conhecer um pouco mais sobre a educação socioemocional, seus pilares e o papel das escolas e da família nesse processo? Como vimos, trata-se de um importante aspecto a ser desenvolvido pelas crianças e pelos adolescentes, e o papel de todos que participam do desenvolvimento da criança (do adolescente) é essencial para que haja efetividade nos resultados alcançados.
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